É preciso falar de amor

É preciso falar de amor, por Maria Ionara Vieira

Às vezes questionamos o porquê de tantas coisas: o dinheiro que falta, os bens que almejamos e não conseguimos conquistar, o amor que esperamos e parece estar tão distante…muitas são as nossas perguntas com relação à vida e ao que esperamos dela. Mesmo o ser humano mais abastado há que se ver em algum momento buscando algo que ainda não possui e que na grande maioria das vezes nem mesmo necessita. A busca pela felicidade é inata ao ser humano e isso o leva muitas vezes a viver sob um jugo bastante pesado.

Sonhar com um futuro feliz e fazer planos para alcançar um estágio de realizações pessoais não é errado, antes, faz com que o ser humano ganhe forças para seguir em frente na sua caminhada terrena. Sim, devemos sonhar!

A grande questão e que me leva a uma preocupação com o rumo da humanidade é como estamos conduzindo nossas aspirações humanas e se não estamos caminhando para nossa própria insatisfação concomitante a do mundo que nos cerca ao dispormos de meios errados para chegarmos onde queremos.

Nossa visão do mundo

A visão que temos de mundo nem sempre é ampla. O ser humano tem aspirado ganhar o mundo ao mesmo tempo que acondiciona sua visão a apenas alguns metros de distância de si mesmo. O que quero dizer com isso? Que eu não tenho o direito de burlar toda uma sociedade em meu próprio benefício, pois todas as minhas ações refletirão contra mim mesma, se assim o fizer.

No momento que eu decido me apropriar de tudo aquilo que meus olhos podem ver, estou pensando pequeno demais, pois nós, seres humanos nascemos da mesma forma e viemos da mesma origem, então, ninguém merece mais do que seu semelhante, entretanto muitos de nós burlam as leis da biologia, da física, da natureza e as leis instituídas na sociedade em nosso próprio benefício, não importando quem vai viver ou morrer e, ironicamente, não importando se nós mesmos e nossos filhos seremos prejudicados no futuro com tais atitudes.

Não falo como uma defensora do socialismo, apenas me pego as vezes pensando em com que direito o ser humano se apropria de coisas ou pessoas, como se estas coisas ou pessoas tivessem sido criadas especialmente para ele. E quando me pego pensando assim, lamento profundamente e me vem um sentimento de vergonha por fazer parte da espécie humana.

As injustiças do nosso mundo

Desde o início da humanidade, o ser humano se preocupa em ter e querer mais do que necessita, mas não é valente o bastante para construir o seu futuro com seus esforços, sem enriquecer em detrimento do outro, e nem humilde o bastante para aceitar aquilo que pode possuir por merecimento.
Esta condição levou a humanidade à todas as guerras, injustiças e prejuízos lastimáveis que a acompanham desde a sua criação e o mais incrível de tudo isso é que todo o mal causado pelo homem é contra si próprio e contra a sua posteridade e mesmo assim, ele insiste em preservar até o
fim da sua curta vida, a sua obstinação pelo poder, que é o “impulso gerador” de todos os males do passado, presente e futuro do mundo.

Não devemos ter a utopia de achar que um dia o mundo todo vai viver em harmonia. Vejo muitas pessoas a minha volta, com máscaras de exímios sonhadores, fazem versos e provocam suspiros com seus desvarios sobre a vida como ela poderia ser se agíssemos dessa ou daquela forma, no entanto, as contradições estão logo ali, quando estas mesmas pessoas se corrompem diariamente com pequenas coisas e não perdem a chance de acabar moralmente com quem se opõe ao seu pensamento.

Oxalá cada um vivesse da melhor forma possível a sua vida, sendo sincero consigo mesmo e não se permitindo roubar os sonhos de outrem. Oxalá ninguém intentasse se apoderar da vida dos seus queridos…

Amai-vos uns aos outros

A vida seria mais fácil com a simples prática de um mandamento de Jesus, que tem tanto tão somente nos permitamos seguir os seus ensinamentos. “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim deveis amar-vos uns aos outros” (João 13: 34). Com estas palavras, Jesus quebrou paradigmas e sonhou com a harmonia entre os seres humanos, não obstante Ele mesmo ter estado junto com Deus ao formar o ser humano o colocar nele o livre arbítrio.

Menina fazendo um coração com as mãos. Joao 13: 35

Fomos criados para termos domínio próprio. Podemos escolher seguir o mandamento maior deixado pelo mestre dos mestres, e sermos felizes na busca pelos nossos sonhos e satisfações pessoais, sabendo entender que nem tudo está ao nosso alcance no momento que nós queremos e que talvez em momento algum, pois não temos o direito de buscar realizar desejos infundados alimentados por egoísmo e ambições desenfreados.

Podemos escolher vivermos em harmonia com nossa família, nossos vizinhos, colegas de trabalho, enfim, respeitando a vida na sua amplitude, ou seja, reconhecendo que nada somos e que dependemos dos nossos semelhantes e da natureza para vivermos e essa dependência implica em nos colocarmos no lugar do outro.

De nada adianta falarmos tanto em desenvolvimento sustentável se não sabemos amar. É o amor que nos faz respeitar a vida e a vida é tudo o que nos cerca: nossos familiares, nossos colegas,. amigos, nossa rua, nosso bairro, a Terra!

Sim, é preciso falar de amor

É preciso falar de amor! O amor é a base de tudo. Sem amor jamais existirá sustentabilidade e isto é fato. Se amamos, protegemos e se protegemos é porque amamos. Penso assim, que existe uma dialética intrínseca entre o amor e a sustentabilidade dos seres humanos. Pensar no coletivo ao invés do individual e colocar as necessidades do outro paralelamente às nossas necessidades é a única forma real de alcançarmos a sabedoria e, consequentemente a FELICIDADE!

Texto de autoria da professora Maria Ionara Vieira, escrito em 20 de junho de 2012.


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