O guardador de carros e o dono do restaurante
Essa é a história de dois “Jorges”.
O primeiro Jorge era guardador de carros. Aos 30 anos, era chamado de “Jorge da 13“, por que cuidava os carros na Rua 13. “Jorge da 13” estava ali a partir do meio dia até a meia noite. De moeda em moeda, juntava cada dia o suficiente para pagar suas contas mais básicas: o aluguel do barraco onde morava com sua esposa e três filhos, o pão para o café da manhã e o arroz com feijão para o almoço e janta. Não tinha luxos, mas tinha paz no seu lar. As crianças frequentavam a escola e sua esposa, diarista, conseguia uma faxina aqui e outra ali, para ajudar no orçamento da casa. No domingo de manhã, antes de ir para a rua 13, Jorge levava a família toda na pequena igreja do bairro. “Vamos agradecer por mais uma semana que tivemos mais do que necessitamos“, dizia ele. E era na igreja que “Jorge da 13” fazia um dinheiro extra com a venda de pasteis, os “melhores da cidade“, como dizia o pastor.
O segundo Jorge era dono de um restaurante. Aos 50 anos, “seu Jorge” como era chamado era dono de um muito movimentado restaurante, bem no centro da cidade. O restaurante nunca tinha mais do que 20% das mesas vazias e não poucas vezes tinha uma fila de espera longa na entrada. O faturamento era grande, mas os problemas também: gerir pessoas, estoques, atendimento, cardápio, “seu Jorge” não tinha um minuto de descanso. E como “seu Jorge” não confiava em ninguém para delegar a gestão do restaurante, lá estava ele, todos os dias, das 7 da manhã a meia noite, de domingo a domingo. Cada mês, sua conta bancaria era mais alta, cada vez tinha mais dinheiro, mas não conseguia usufruir dele. Quando chegava em sua vazia e solitária casa, quase a 1 da manhã, estava exausto e simplesmente caía na cama para dormir e começar tudo de novo no dia seguinte.
Foi quando chegou a pandemía e “seu Jorge” teve que fechar o restaurante pela quarentena. Um domingo pela manhã, em profunda depressão, resolveu ir até a igreja. Sentou-se bem ao fundo, para não ser visto e ouviu quando o pastor pregou sobre Mateus 16:26: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?”. “Seu Jorge” não podia resistir as lágrimas, e pouco a pouco foi reconhecendo cada um dos seus erros nos últimos 20 anos.
Quebrantado, no chamado do pastor, foi a frente e arrependeu-se de tudo o que havia feito. Foi quando o pastor o reconheceu e disse:
– “Bem vindo de volta a casa Jorge! Eu já tinha saudade dos seus pastéis. Os melhores da cidade“.
Hoje eu pergunto: que proveito há, em ganhar dinheiro, abandonar a família e viver uma vida sem Cristo? Que proveito há em conquistar qualquer tesouro deste mundo e perder a vida eterna?
Oração: Senhor, que cada “Jorge” desta vida, que abandonou a família para ir atrás de enganos deste mundo possa arrepender-se e voltar para ti. Amém!
Versículo base: Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma? (NVI) Mateus 16:26